Em um dos ambientes mais hostis do mundo, onde apenas os mais fortes sobrevivem, uma raça de bovinos rústica, adaptada aos trópicos, tolerante ao calor, produz leite e uma carne que se diferencia pelo marmoreio e sabor especial, acentuado pelo capim nativo da região. Este é o “gado pantaneiro”.
Nas águas, chuvas que alagam 80% da maior planície úmida do planeta. No inverno, a seca severa que racha o chão e provoca incêndios catastróficos. No coração da América do Sul, o Pantanal não é só um imenso reservatório de água doce e belezas naturais.
É também o habitat natural de uma raça bovina selecionada naturalmente ao longo de mais de 5 séculos, mas que quase desapareceu nas últimas décadas.
Portugal e Espanha
Também conhecido como “Tucura” ou “Cuiabano”, esse bovino tem origem europeia, com traços genéticos de mais de 15 raças portuguesas e espanholas, identificadas através da análise de exames de DNA. São animais que, em linhas gerais, possuem chifres, por vezes longos, estatura mediana, tronco robusto e pelagem variada.
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São animais de excelente habilidade materna, boa produção de leite e que herdaram dos seus ancestrais europeus a capacidade de produção de carne diferenciada, macia e com bom marmoreio, a gordura intramuscular.
Rústico
Um dos grandes diferenciais do gado pantaneiro é a rusticidade de superar o calor e a umidade. São considerados os únicos bovinos capazes de pastejar o capim nativo nas áreas alagadas do bioma.
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Com cascos mais resistentes, condicionaram seus hábitos alimentares aos momentos mais frescos do dia, assim como a monta, a cobertura das fêmeas pelos touros, que preferem à noite e os horários de temperaturas mais amenas.
Resgate do gado pantaneiro
Estima-se que no início do século de 1900, a população da raça tenha atingido mais de 3 milhões de cabeças no Pantanal. Atualmente, restam apenas cerca de 500 animais puros, distribuídos em fazendas e unidades de conservação, alguns ainda em estado selvagem, os famosos “marruas”, em algumas regiões da planície.
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Um trabalho científico desenvolvido pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), coordenado pelo Núcleo de Conservação de Bovinos Pantaneiros de Aquidauana (Nubopan), tem identificado e selecionado linhagens do gado pantaneiro com o intuito de fortalecer a genética deste bovino e disponibilizá-la aos criadores da região.
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A multiplicação desse material genético tem sido realizada com o auxílio das principais tecnologias de reprodução disponíveis na pecuária, como a transferência de embriões e a fecundação in vitro (FIV). A expectativa é que o mercado possa ter, em breve, um catálogo com reprodutores capazes de transmitir a genética pantaneira, tanto para a produção de leite, quanto de carne com potencial gourmet.
Link de Referência
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gado_pantaneiro